Há algum tempo tenho me interessado deveras por filmes fora do circuito comercial. Ou, como dizem, os filmes estranhos que eu vejo, rs. Pois bem, nada mais justo do que partilhar das minhas boas e, por que não, das más experiências.
Anteriormente teci alguns breves comentários sobre o filme do
Kim Ki-Duk. A idéia agora é poder falar mais sobre as obras de modo a convencer o leitor de assisti-la ou não.
Na verdade não é nada pretensioso: exponho minhas opiniões com a intenção de fazer com que as pessoas conheçam obras belíssimas que muitas vezes não sabem de sua existência porque a mídia só comenta os filmes norte-americanos água-com-açúcar. Mas sim, não vou dizer que não assisto a esses últimos, pois também os vejo.
Buenas, chega de lero-lero. O que eu quero indicar hoje é um diretor/roteirista, e não um filme. Chama-se
Majid Majidi, iraniano, e com uma sensibilidade incrível. Foi indicado para o prêmio de melhor filme estrangeiro, com Filhos do paraíso, mas perdeu para A vida é Bela, de Benigni.
De sua direção, vi apenas dois filmes: o supracitado
Filhos do Paraíso (no original, Bacheha-Ye aseman), e
A cor do Paraíso (Rang-e Khoda). Há ainda outros, mas por mim desconhecidos:
Entre luzes e sombra, e A canção dos pardais. Viddy well, little brother, os filmes são simplesmente demais!!! As personagens principais, de ambos, são crianças iranianas combinadas com suas dificuldades, sejam físicas ou sociais.
Em
A cor do Paraíso (meu pr
eferido, diga-se de passagem), a personagem principal chama-se Mohamed, um menino cego que vive numa escola para deficientes visuais, mas que volta para sua família no tempo das férias. Apesar do amor de suas irmãs e sua avó, o menino é um tanto “recusado” por seu pai, viúvo, e que vê a deficiência do filho como um castigo de Deus.
Apesar de suas dificuldades, o menino consegue “ver” as cores do mundo ao seu redor, por meio de sons, toques, cheiros... É fantástico! Tocante e sensibilíssimo, me fez chorar horas, além do tempo do filme, rs. Gente, vejam!!!
Já o outro,
Filhos do paraíso, é um pouco mais ‘light’, MAS nem por isso menos emocionante. A história conta a vida de uma pobre família iraniana, que é bem contrastada com a riqueza de alguns no meio do filme.
Ali, o filho mais velho do casal, é encarregado de buscar o sapatinho de sua irmã, que
está no sapateiro. Ocorre que, na volta para casa, por uma pequena fatalidade, o menino acaba perdendo o par de sapatos, os únicos que a menina possui para ir à escola todas as manhãs.
Vendo a tristeza da irmã e sentindo-se culpado em demasia pela perda, Ali implora à sua irmã Zahra que não conte aos seus pais o ocorrido, tanto porque ele apanhará, como também pois os mesmos não têm dinheiro para adquirir outro, e isso só acarretará em mais aborrecimentos para ambos. Assim, empresta seus sapatos à menina, enquanto busca uma maneira de consertar sua falta.
Lindo demais, um filme simples que consegue explorar o sentimento humano de maneira que grandes produções não conseguiram.
Pessoal, assistam ambos! Garanto que não se arrependerão!
Beijocas