quinta-feira, 23 de setembro de 2010


Aqui estou

sentada do lado de onde pousam os pássaros

serena, leve

buscando incessantemente o ar

doendo de tão feliz

embriagada com a saudade

deleitando-me com o que sinto

o toque do vento

o raio do sol

fininho, quente

que bate em meus cabelos

e retorna lá pra cima

onde pousam os pássaros

onde a chuva cai

e as gotas correm pela pele

onde eu sento

e sinto

que queria ser um pássaro

talvez para lá pousar

talvez só para lá estar

No infinito.

Mistério do Planeta

Boa Tarde!
Depois de um feriadão muito divertido em Salvador, volto ao meu querido blog para postar uma das músicas mais bonitinhas que já escutei. Ouvi lá, é de composição dos Novos Baianos. Espero que curtam!
Beijo

Vista de Salvador lá de cima


Vou mostrando como sou
E vou sendo como posso,

Jogando meu corpo no mundo,

Andando por todos os cantos
E pela lei natural dos encontros

Eu deixo e recebo um tanto

E passo aos olhos nus

Ou vestidos de lunetas,

Passado, presente,

Participo sendo o mistério do planeta

O tríplice mistério do "stop"

Que eu passo por e sendo ele

No que fica em cada um,

No que sigo o meu caminho

E no ar que fez e assistiu

Abra um parênteses, não esqueça

Que independente disso

Eu não passo de um malandro,

De um moleque do brasil
Que peço e dou esmolas,

Mas ando e penso sempre com mais de um,

Por isso ninguém vê minha sacola


.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Às vezes, no silêncio da noite
Eu fico imaginando nós dois
Eu fico ali sonhando acordado, juntando
O antes, o agora e o depois
Por que você me deixa tão solto?
Por que você não cola em mim?
Tô me sentindo muito sozinho!

Não sou nem quero ser o seu dono
É que um carinho às vezes cai bem
Eu tenho meus desejos e planos secretos
Só abro pra você mais ninguém
Por que você me esquece e some?
E se eu me interessar por alguém?
E se ela, de repente, me ganha?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?

Quando a gente gosta
É claro que a gente cuida
Fala que me ama
Só que é da boca pra fora
Ou você me engana
Ou não está madura
Onde está você agora?


http://www.youtube.com/watch?v=wb4RauhteFA

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Sûrement

L'amour


P.S.: furtei do blog http://mcolares.blogspot.com/2008/02/recordando-siempre-que-estar-vivo-exige.html

Neruda

Mais uma da série



Pessoa

quarta-feira, 28 de julho de 2010

E como estou sem sono, pra descontrair...

Mafalda

Pessoal, acho as tirinhas da Mafalda geniais. Então, aqui vai uma..

terça-feira, 27 de julho de 2010

Milan Kundera


Quem aí já leu Milan Kundera?
Bah, o cara é MUITO bom. Quem gosta de passagens profundas e sentimentos pesados não pode deixar de apreciá-lo. Indico "A insustentável Leveza do Ser", seu filho mais conhecido.
E deixo aqui um fragmento do livro A imortalidade.
Boa leitura a todos!
Beijo

"Penso, logo existo é uma afirmação de um intelectual que subestima as dores de dente. Sinto, logo existo é uma verdade de alcance muito mais amplo e que concerne a todo ser vivo. Meu eu não se distingue essencialmente do seu eu pelo pensamento. Muitas pessoas, poucas idéias: pensamos todos mais ou menos a mesma coisa, transmitindo, pedindo emprestado, roubando nossas idéias um do outro. Mas se alguém pisa meu pé, só eu sinto a dor. O fundamento do eu não é o pensamento mas o sofrimento, sentimento mais elementar de todos. No sofrimento, nem um gato pode duvidar de seu eu único e não intercambiável. Quando o sofrimento é muito agudo, o mundo desaparece e cada um de nós fica só consigo mesmo. O sofrimento é a Grande Escola do egocentrismo."

Gotas de Café sabor Saramago

ESTREIA!!!!!

Pessoal, hoje inicio um "quadro" no blog, chamado Gotas de café com o poetinha.
Nele vou colocar algumas citações de livros, músicas, sei lá, o que eu achar interessante.
Pra começar, as gotas de hoje têm sabor de Oscar Wilde, numa passagem do livr
o O retrato de Dorian Gray.
Espero que gostem!

Beijoca


sábado, 24 de julho de 2010





Há algum tempo tenho me interessado deveras por filmes fora do circuito comercial. Ou, como dizem, os filmes estranhos que eu vejo, rs. Pois bem, nada mais justo do que partilhar das minhas boas e, por que não, das más experiências.

Anteriormente teci alguns breves comentários sobre o filme do Kim Ki-Duk. A idéia agora é poder falar mais sobre as obras de modo a convencer o leitor de assisti-la ou não.

Na verdade não é nada pretensioso: exponho minhas opiniões com a intenção de fazer com que as pessoas conheçam obras belíssimas que muitas vezes não sabem de sua existência porque a mídia só comenta os filmes norte-americanos água-com-açúcar. Mas sim, não vou dizer que não assisto a esses últimos, pois também os vejo.

Buenas, chega de lero-lero. O que eu quero indicar hoje é um diretor/roteirista, e não um filme. Chama-se Majid Majidi, iraniano, e com uma sensibilidade incrível. Foi indicado para o prêmio de melhor filme estrangeiro, com Filhos do paraíso, mas perdeu para A vida é Bela, de Benigni.
De sua direção, vi apenas dois filmes: o supracitado Filhos do Paraíso (no original, Bacheha-Ye aseman), e A cor do Paraíso (Rang-e Khoda). Há ainda outros, mas por mim desconhecidos: Entre luzes e sombra, e A canção dos pardais.
Viddy well, little brother, os filmes são simplesmente demais!!! As personagens principais, de ambos, são crianças iranianas combinadas com suas dificuldades, sejam físicas ou sociais.

Em A cor do Paraíso (meu preferido, diga-se de passagem), a personagem principal chama-se Mohamed, um menino cego que vive numa escola para deficientes visuais, mas que volta para sua família no tempo das férias. Apesar do amor de suas irmãs e sua avó, o menino é um tanto “recusado” por seu pai, viúvo, e que vê a deficiência do filho como um castigo de Deus.
Apesar de suas dificuldades, o menino consegue “ver” as cores do mundo ao seu redor, por meio de sons, toques, cheiros... É fantástico! Tocante e sensibilíssimo, me fez chorar horas, além do tempo do filme, rs. Gente, vejam!!!

Já o outro, Filhos do paraíso, é um pouco mais ‘light’, MAS nem por isso menos emocionante. A história conta a vida de uma pobre família iraniana, que é bem contrastada com a riqueza de alguns no meio do filme.
Ali, o filho mais velho do casal, é encarregado de buscar o sapatinho de sua irmã, que está no sapateiro. Ocorre que, na volta para casa, por uma pequena fatalidade, o menino acaba perdendo o par de sapatos, os únicos que a menina possui para ir à escola todas as manhãs.
Vendo a tristeza da irmã e sentindo-se culpado em demasia pela perda, Ali implora à sua irmã Zahra que não conte aos seus pais o ocorrido, tanto porque ele apanhará, como também pois os mesmos não têm dinheiro para adquirir outro, e isso só acarretará em mais aborrecimentos para ambos. Assim, empresta seus sapatos à menina, enquanto busca uma maneira de consertar sua falta.
Lindo demais, um filme simples que consegue explorar o sentimento humano de maneira que grandes produções não conseguiram.

Pessoal, assistam ambos! Garanto que não se arrependerão!

Beijocas

quinta-feira, 22 de julho de 2010



Olá!!!
Estou lendo Guerra e Paz, do noso querido amigo Tolstoi, e não poderia deixar de publicar algumas passagens. Aí vão elas:

(...) Mas não, vejamos a vergonha, a ignomínia, tudo isso é relativo e deixa minha personalidade fora de jogo. Eles executaram Luís XVI, porque “eles” o tinham como um criminoso sem honra, e tinham razão, do seu ponto de vista; mas os que sofreram o martírio por ele e o colocaram no rol dos santos não tinham igualmente razão? Executou-se em seguida Robespierre, porque era um déspota... Quem tem razão? Quem não tem razão? Ninguém. Aproveita da vida enquanto viveres; amanhã morrerás, como poderia eu ter morrido há uma hora. Vale a pena atormentar-se a gente, quando o pouco tempo que nos resta para viver não é mais que um segundo em face da eternidade?

(...) Que é o mal, que é o bem? Que é preciso amar, que é preciso odiar? Por que é preciso viver e que é o eu? Que é a vida, a morte? E qual é a força que dirige tudo? Só encontrava para todas essas perguntas uma resposta, que não era uma, aliás “Morrerás um dia e tudo acabarás. Morrerás e saberá tudo, ou cessarás de fazer perguntas a ti mesmo.” Mas morrer era também uma coisa terrível.

(...) A sabedoria, a verdade suprema é como um licor muito puro, que desejamos absorver. Poderei julgar-lhe a pureza, se o verto num vaso sujo? Só depois de uma purificação do seu ser íntimo é que posso levar esse precioso licor a certo grau de pureza.




segunda-feira, 19 de julho de 2010

Chegou tarde. Olhou até a parede na qual se encontrava o relógio redondo com números romanos. IIII horas. Não IV, nem 4h. IIII e 1 minuto, pra ser mais exato. E 23 segundos. Era uma pêndula do antiquário da esquina. Bonita, mas velha. Bem velha, com raspas nos cantos, e de um castanho surrado. Mas bela. E fazia tum nas horas cheias. Frio. Esquecera as vidraças abertas. Assim escutava agora o vento assoviar. Parece gente, só que mais agudo. E bate na janela. E nos vidros. Soltos. Não, frouxos. Precisa arrumar. Também isto. Pega o vinil e coloca na vitrola. Também antiga. Não da lojinha da esquina, da outra. A valsa é tocante. Mistura de violino, piano e regência orquestral. Uma avant-gard. Suave. Doce. Como o vinho no cálice. Um vinho tinto, como agora suas brancas faces. Precisa mudar. Vira e se acomoda na escada. Sente o calor da madeira. O úmido. Tum. V horas. Pensa no sono. Ou no sonho. Bebe mais um gole. O líquido desce lentamente por sua garganta. Suspira. Escuta a melodia. Fecha os olhos e sente. Sente. O quê? A alma? Essa se esvairou por seus dedos. Foi? Como quem? Precisa esquecer. Rever? Reviver? Re-sofrer? Bebe. Sente o calor no pescoço. O vinho é tinto. Como o sangue. Que é quente. Também. E corre pelo pescoço. E desce pelo corpo. Como o líquido. Que ela toma pra esquecer. Ver? Ouvir. A melodia. Fina, macia. Que faz dueto com o vento. Frio, quente. Que bate na janela, e empurra as cortinas. Brancas. Como suas mãos. Mãos que escrevem pra esquecer. Outra vez.

Tum.

domingo, 18 de julho de 2010

Cinema Coreano




Pessoal!
Enquanto não crio um novo blog para comentar os filmes que assisto, utilizarei este para tal fim.

Nessa "estréia", começo citando o último longa por mim visto, do coreano Kim Ki-Duk.
Pois bem, Casa Vazia (Bin-jip - 2004) foi o segundo filme que vi deste curioso diretor, e o que mais me chamou atenção em ambos foi a comunicação entre as personagens.
Com exceção de algumas secundárias, as personagens muito pouco falam durante as cenas, correspondendo-se com gestos e, principalmente, com o olhar.
No filme em questão, como em O Arco, o roteiro é muito original e seu desfecho pouco previsível.
Poético e com uma trilha inspirada, vale a pena ser visto. O que, do meu ponto de vista, desfavorece o mesmo são as cenas um tanto fantasiosas, mas como a própria obra admite: "It's hard to tell that the world we live in is either a realy or a dream".